Convento de Santo André em Ponta Delgada
O Convento de Santo André, localizado em Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores), foi fundado em 1567 por Diogo Vaz Carreiro e sua esposa Beatriz Rodrigues Camelo. Entregue em 1577 à Ordem de São Francisco (Clarissas), foi o segundo convento feminino da cidade após o da Nossa Senhora da Esperança.
O edifício destaca-se como um dos mais belos exemplares da arquitetura conventual açoriana. Conserva a sua estrutura fundacional, apesar das reformas ao longo dos séculos. A fachada em pedra vulcânica exibe ornamentação típica dos séculos XVIII e XIX, com janelas do período maneirista. No interior, a igreja conventual apresenta uma nave única com pinturas a fresco datadas de 1820, além de altares e um púlpito dourado do mesmo período.
Após a extinção das ordens religiosas em 1832, o convento entrou num estado de abandono e degradação. O passo determinante ocorreu em 1928, com a proposta de incorporar o imóvel ao Museu Carlos Machado. Após as necessárias adaptações, o museu transferiu-se para o convento por volta de 1930.
O Museu Carlos Machado foi fundado em 1876 e aberto ao público em 1880 como Museu Açoreano. Renomeado em 1914, é o mais antigo museu dos Açores e alberga coleções de história natural, etnografia, arte sacra e pintura regional
O antigo Convento de Santo André está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1953.
Aqui pode ainda encontrar fotografias do Núcleo de Arte Sacra do Museu Carlos Machado, instalado na antiga Igreja do Colégio dos Jesuítas (Igreja de Todos-os‑Santos), um magnífico exemplar barroco em pedra vulcânica que remonta ao século XVII. A igreja foi reconstruída entre 1637 e 1666 e, após a expulsão dos Jesuítas em 1760, ficou sem culto e com o seu espólio disperso
Em 2004, o espaço foi recuperado e adaptado para albergar o Núcleo de Arte Sacra. No acervo, destacam-se obras dos séculos XVII e XVIII, como a pintura “A Coroação da Virgem”, de Vasco Pereira Lusitano (1604), e cenas da vida de São Francisco Xavier, atribuídas a Bento Coelho da Silveira